RONALDOEVANGELISTA


Rockers Control + Instituto + Curumin



O show, rolou quinta passada. O áudio, Ganjaman subiu no Soundcloud. O som, matador. Afro-dub-soul nível muito preza. Respect pras festas Seleta Coletiva que o Ganja bota de pé, sempre com a melhor galera tocando o melhor som. Nessa noite, Ganja representa o Instituto no piano elétrico e órgão e leva os sopros. Curuma segura o clavinete e guitarra. E Bruno, Cris, Mau, Décio e Yellow P são a melhor banda brasileira de dub evah. Todo mundo junto na pressão, no play:

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Strata-East




Flying Dutchman, Kudu, Black Jazz, MPS, Tribe, são vários os selos inacreditáveis que lançavam discos maravilhosamente sem limites dos melhores músicos de jazz e grooves dos anos 70. Mas poucos foram tão longe quanto a Strata-East, fundada pelo trompetista Charles Tolliver, com álbuns de Pharoah Sanders, Gil Scott-Heron, Juju, Weldon Irvine, Cecil McBee, Cecil Payne, Mtume, M'Boom. Para expandir um pouco a mente neste começo de inverno, duas compilações de faixas da gravadora: Soul Jazz Love Strata-East e Strata-2-East.

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CACHALOTE



Peguei sábado à tarde e li o mais devagar que consegui, pra economizar. Pelo menos duas ou três vezes a pausa na leitura foi inevitável, pra assimilar, tomar fôlego ou ecoar emoções. Sabia que seria muito bom, mas não estava preparado para tanto. Impressionante demais, pelos planos, cenários, expressões, luzes e sombras dos desenhos absurdos do Rafael Coutinho, pela delicadeza bruta e sutileza inteligente do Daniel Galera, pelo carisma e anti-carisma dos personagens, pela poesia crua das situações, pela riqueza das histórias e o que não é contado nelas, pelo ritmo perfeito de som e silêncio, pausas e movimento, diálogos e desenhos. Meio Palhaços Mudos, Mutarelli, Love & Rockets, cinema, nossas vidas. Tipo assim, um cruzamento bem pós-moderno, ou melhor, pós-modernista, de Esperando Godot com Pulp Fiction, também com umas paradas meio Oldboy no meio.

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Via Amarela



Já deu rolê no Metrô novo, Paulista-Faria Lima em três minutos, sem motorista nem portas entre vagões? O pessoal da Galeria Experiência filmou um minutinho de viagem, com seu olhar afiado pra poesia do mundo.

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Sun Ra Arkestra, 1960



Da esquerda pra direita: Ricky Murray, John Gilmore, Ronnie Boykins, Sun Ra, Phil Cohran, Jon Hardy, Marshall Allen. Chicago, c. 1960. Foto de Charles Shabacon. Daqui.

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Aleluia, Mateus



Senhor Mateus Aleluia, nos anos 70 criando obras-primas com os Tincoãs, nos 80 e 90 morando em Angola, nos 00 pelo Brasil, cantando, impressionando com sua expressão, espalhando um pouco da tão rica cultura afro-baiana. Esse disco, primeiro solo, do fim do ano passado.

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Sylvia



Semana passada na Califórnia para um show de lançamento do sensacional box do Timeless, Verocai aproveitou pra passar no estúdio da KCRW - cordas, flauta e grande elenco a tiracolo - e iluminar a vida dos ouvintes com, no mínimo, versão de "Sylvia", vídeo acima. A harmonia é inspiradora, a melodia é perfeita em sua simplicidade, pelo um minuto e quinze as cordas já atingem o sublime, o flautista começa te seduzindo e desenvolve solo lindíssimo. (E a competição era forte: no disco original, o solo é de Oberdan.) A composição do Verocai, o arranjo de cordas, tudo ainda mais brilhante tocado quente assim.

// Emocionante ver agora o grande momento de amor de e por um cara que criou uma obra totalmente inesperada, inexplicável, particular e genial como seu disco de 72, por tanto tempo ignorado e achando que tinha viajado. Parabéns, Arthur.

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Psiu psiu psiu



Em clima de festa junina, uma sexta no Sesc Pompéia, projeto Baião de Todos, momento especial: Tulipa e Jeneci cantando uma maravilha de Luiz Gonzaga e Zé Dantas. Tem pena d'eu...

// Aliás, psiu: influência pro Tom Zé?

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cadê meu disco voador?



Lenda antiga esse vídeo do Arnaldo Baptista, "Será Que Eu Vou Virar Bolor?", do Fantástico, 1974. O caminhão alado de rolê e ele tocando o piano azul estrelado na traseira, enquanto a montagem nos mostra imagens do Alice Cooper, da NASA, do rock and roll. O que é isso, meu amor? Arnaldo nessa época, nessa disco, fazia música com uma intensidade e uma criatividade tão própria que até hoje é das coisas mais emocionantes. A arte como uma conquista de vida, como bem diz Lobão, no filme Lóki.

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nem sua vontade de comer um bolo



Sensacional o clipe de "Nassíria e Najaf", da Karina Buhr, dirigido por Artur Louback, prata da casa. Textura própria, idéia simples, contexto e sequência emocionantes, crescendo com a música. Karina, hipnotiza a câmera, dá o melhor, canta, atua, corre, muda.

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more passionate = more authentic?



Pintamos nossos quadros para as paredes das galerias, fazemos música para onde a imaginamos ser ouvida? Prevemos o contexto da nossa criatividade antes mesmo de começarmos a usá-la? A arte que criamos e a cultura que produzimos existem de acordo com a reverberância que imaginamos existir pra elas?

David Byrne sugere a perda da inocência em nossa visão da arte - e da política - em quinze minutos de idéias, no TED.

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Seleção Brasileira VENENO soundsystem



Toda noite de quarta, no Astronete, o mundo passa algumas horas girando diferente. Caixas e picapes são ligadas, as luzes vermelhas se acendem e tudo começa a rodar em 33 ou 45 rotações por minuto.

Três anos de festa, um ano e meio direto no embalo semanal, o Baile VENENO agora vai em temporada outono/inverno, com especial seleção brasileira e mixtape nova.

Na festa, essa quarta, auxílio de primeira grandeza de Rodrigo Brandão como DJ convidado. A mixtape, na nossa mão, só colar e trocar idéia - é de presente.

A HORA É ESSA: do afro ao boogie, pelos sambas e pegadas setentistas. Mixado ao vivo por Peba Tropikal, Mauricio Fleury e Ronaldo Evangelista em junho de 2010, 100% vinil. Play abaixo, download aqui.



Georgette - Kiriê (Tapecar, s/ano)
Os Tincoãs - Atabaque Chora (RCA Victor, 1977)
MPB-4 - Agiboré (Philips, 1972)
Planet Hemp - Nêga do Cabelo Duro (White Label, 1997)
Elizeth Cardoso - Eu Bebo Sim (Copacabana 7", 1973)
Airto - Circo Marimbondo (Arista, 1976)
Célia - A Hora é Essa (Continental, 1972)
João Donato - A Rã (Odeon 7", 1974)
Elza Soares - Rainha de Roda (Som Livre, 1972)
Os Originais do Samba - Falador Passa Mal (RCA Victor, 1973)
Lemos & Debétio - Morro do Barraco Sem Água (Arena, 1974)
Jorge Mautner - Matemática do Desejo (Phillips, 1974)
Wanderléa - Quero Ser Locomotiva (Polydor, 1972)
Luiz Melodia - Prá Aquietá (Philips, 1973)
Ney Matogrosso - Trepa no Coqueiro (Continental, 1976)
Jorginho Telles - Superbacana (Copacabana, 1971)
Ed Maciel - Não Há Dinheiro Que Pague (London, 1969)
Paulo Diniz - Vou Explodir de Felicidade (Beverly, 1970)
Marcos Valle - Mentira (Odeon, 1973)
Arnaud Rodrigues - O Dia em que o Diabo Roubou o Bar do Português (RCA Victor, 1976)
Cassiano - Central do Brasil (Polydor, 1976)
Tony Blue - Bicho Ruim (Continental 7", 1980)
Ronaldo Resedá - Tudo Bem (Som Livre, 1979)
Tony Bizarro - Ganhei Você (Elektra 7", 1984)
União Black - Been So Long (Commonfolk 12", 2005)
Almir Ricardi - São Paulo High Society (RGE, 1984)
Black Junior's - Hey Disc-Jockey (Young, 1984)

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a little something else



Monk may well be the man to finally straighten people out in the matter of modern informal music, besides having had a great deal to do with its present direction. His kind of playing isn't something that occurred to him whole - beyond its undoubted originality, it has the most tremendously expressive and personal feeling I can find in any musician playing now. It has cost Monk something to play as he does - not recognition so much, because he's always had that from the people he wanted to find it in; jobs and money, certainly, although his personality has had a little to do with that (he is best described as a dour pixie); and still more: I believe his style and approach cost him 50 per cent of his technique. He relies so much on absolute musical reflex that Horowitz's skill might be unequal to the job.

That isn't to say that the music is formless. Taken as a whole, it has a very satisfying feeling of solidity. And Monk has a beat like the ocean waves - no matter how sudden, spasmodic, or obscure his little inventions, he rocks irresistibly on.

What he has done, in part, is quite simple. He hasn't invented a new scheme of things, but he has, for years, too, looked with an unjaundiced eye at music and seen a little something else. He plays riffs that are older than Bunk Johnson - but they don't sound the same; his beat is familiar but he does something strange there, too - he can make a rhythm almost separate, so that what he does is inside or outside it. He may place for a space in nothing but smooth phrases and suddenly jump on a part and repeat it with an intensity beyond description. His left hand is not constant - it wanders shrewdly around, sometimes playing only a couple of notes, sometimes powerfully on the beat, usually increasing it in variety, and occasionally silent.

At any rate, Monk is really making use of all the unused space around jazz, and he makes you feel that there are plenty of unopened doors.



// Paul Bacon, página 18 da Record Changer de maio de 1948 (detalhe da capa lá em cima), escrevendo sobre o segundo disco da carreira de Thelonious Monk, 78rpm BN 543, então recém-lançado pela Blue Note, com "Well You Needn't" (em trio) de um lado e "'Round Midnight" (com quinteto) de outro.

Assim:















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this is... magic







Como são bonitos os estilos, traços, cores, expressões, diálogos, passagens, ingenuidades, intenções, idéias dos quadrinhos dos anos 60 e 70 de autores como John Romita, Jack Kirby, Steve Ditko. Do Ditko, a história acima, cinco páginas sobre a lenda do viking escandinavo Thor, daqui. Repare no detalhe de uma estranha luz numa caverna secreta emanando misteriosos raios de energia sobre nosso herói. Meio familiar?

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Bottle Alley

O blog gringo Latin Jazz Corner fez uma entrevista massa com Antonio Adolfo, primeira parte no ar, com uns detalhes legais sobre o Trio 3D, o jazz, a época, o Beco das Garrafas. Trecho abaixo, todo o resto aqui.



LJC: Early on, before you jumped into the piano, what type of music were you hearing around you in Brazil?

AA: Jazz and bossa nova. Of course, I liked all types of music. I liked some of the slow tempos, what they call samba-canção. That’s like a mixing of choro and samba in a slow tempo. Jobim has some samba-cançãos.

LJC: Was jazz always around - were you listening to American jazz artists or was it more local Brazilian playing jazz?

AA: Yes, lots of jazz artists toured in Brazil at that time . I remember going to watch some of shows, like The Modern Jazz Quartet. After the shows, these people normally went to the beco das garaffas, which means “Bottle Alley.” That was the place where samba jazz was born actually. Before samba jazz there was bossa nova and there was samba. Not played on the cymbals, the drummers didn’t play samba on the cymbals like jazz musicians. They played on the drums, but not on the cymbals. People like Edison Machado and Dom Um Ramão are guys that started to play samba no prato, as we say; no prato means on cymbals. Then beco das garaffas was the place that everybody got together to talk and to show the new jazz releases. I remember Horace Silver going there and jamming with the musicians. I remember Milt Jackson and people like Paul Winter.

I was a young kid - I was 17. I couldn’t go inside the clubs; you had to be 21. I stayed outside trying to listen. Fortunately there were Sunday afternoon sessions where I could play because they were open for young people also. Every Sunday afternoon there was a jam session in one of the clubs of the beco das garaffas. Many people used to go to the sessions like Jorge Ben, Claudio Roditi, and Victor Assis Brasil - he was a legend, he died very young, he was a great sax player. We used to go to these afternoon jam sessions from 6:00 p.m. until 10:00 p.m. on Sundays.

LJC: I’ve heard a lot about beco das garaffas being compared to 52nd Street in New York during the bebop era. What was the area like, what were the clubs like - could you describe it?


AA: There were four clubs. It was one block from the Copacabana Beach. It was on the first block, very close to the beach. From these four clubs, one club was Bottles Bar - they called it “Bottles” because of bottles alley.

LJC: Was that where people would throw bottles down to the ground?


AA: Yes! People would start talking, laughing, and playing. Then the neighbors upstairs, they would throw bottles. You had to be careful! Also, two of these clubs were bars with hookers. Then the forth one had these jam sessions; they didn’t trust too much that bossa nova would be a big boom. The others wanted to have jazz in all these clubs. Then as the jazz and bossa nova started to be happening at that point so much, the owners of the hooker clubs sold the clubs to the owner of Bottles Bar. Except one that still didn’t trust the music too much. We had three good jazz clubs and the forth one never happened to have jazz there.

It was like a school, because we didn’t have a formal school at that time.

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Deep End



Muito preza essa mix nova do Gilles Peterson, cheia de de jazz espirituais e grooves impecáveis. Dá o play e uma olhada nas músicas, só coisa muito escavada e muito, muito boa. Fonte inesgotável: o mundo é sempre muito maior do que você pode imaginar.



01 - max roach - motherless child (atlantic)
02 - leroy vinegar - doing that thing (joy)
03 - stanley cowell - travelling man (arista)
04 - mary lou williams - free spirits (steeplechase)
05 - music inc - wilpan's walk (strata east)
06 - bobby jackson - paul's akr (ninth note)
07 - dewey redman - for eldon (freedom)
08 - shintaro quartet - sweet and sour sound (streetnoise)
09 - mtume - yebo (third street)
10 - roy ayers - hey uh- what you say come on (polydor)
11 - ken mcIntyre sextet - miss priss (steeplechase)
12 - trindade - capoeira (tapecar)
13 - cheik tidiane fall - black snow (freebird)
14 - chico freeman - crossing the sudan (contemporary)
15 - christian vander - colchique dans les pres (palm)
16 - takeo moriyama - watarase (denon)
17 - earl and carl grubbs - two wives (muse)

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sinto não ser dos mais saudosistas



Lançado hoje para o mundo, no site oficial da banda, álbum novo do Mombojó, Amigo do Tempo. Já pegou?

Bem massa o disco, bonito e divertido, como mostravam que sabiam fazer como ninguém desde o primeiro disco. Foi meio anticlimático: tudo que Nadadenovo tinha de fresco, Homem-Espuma parecia ter de contido. Trama, megaestúdio, produção, distribuição, promessa. Tudo bem que menos é mais, mas o excesso precisa estragar a arte?

No fim, como a vida prova sempre, o caminho do Mombojó fica mais rico quando trilhado passo a passo por eles mesmo. E chegamos lá, aqui, hoje: a criatividade tranquila e inteligência natural de "Amigo do Tempo" chega no equilíbrio. Se em Nadadenovo pareciam ser geniais por acidente e em Homem-Espuma soavam hesitantes com a própria identidade, em Amigo do Tempo soam perfeitamente eles próprios.

// E falando no Mombojó, quatro quintos em identidades mascaradas criaram a base sonora pra um encontro sensacional de Olinda com Belém do Pará que aconteceu recentemente em São Paulo. Coisa fina, só ficar ligado que até o fim do mês tá na rua.

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Olé, junho: Quarteto Solto




Cheia de improvisos para esquentar os fins de domingo, a festa Olé em junho sola com as idéias e sons do Quarteto Solto, ecoando os contrabaixos de Rui Barossi, flautas e saxes de Beto Sporleder, baterias de Pedro Prado e guitarras de André Bordinhon. Girando sob as agulhas, vinis de jazz nível classe A, seleção de Walter Abud e Ronaldo Evangelista.

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