RONALDOEVANGELISTA


Funk 2010


Janelle Monáe - Tightrope
(The ArchAndroid, Wondaland)


Adrian Younge - Shot Me in the Heart
(Black Dynamite, Wax Poetics)


Breakestra - Come On Over
(Dusk Till Dawn, Strut)


Aloe Blacc - I Need a Dollar
(Good Things, Stones Throw)


Sharon Jones and the Dap-Kings - I Learned the Hard Way
(I Learned the Hard Way, Daptone)


The Bamboos - You Ain't No Good
(4, Tru Thoughts)


Lord Newborn & The Magic Skulls - A Phase Shifter I'm Going Through
(Lord Newborn & The Magic Skulls, Ubiquity)


The Phenomenal Handclap Band - Baby
(The Phenomenal Handclap Band, Friendly Fire)


Whitefield Brothers - Safari Strut
(Earthology, Now-Again)


Jamie Lidell - The Ring
(The Compass, Warp)


Kings Go Forth - One Day
(The Outsiders Are Back, Luaka Bop)


Third Coast Kings - Give Me Your Love
(7", Record Kicks)


The Budos Band - Unbroken, Unshaven
(The Budos Band III, Daptone)


Dâm-Funk - Mirrors
(Toeachizown, Stones Thrown)


Chromeo - Night by Night
(Green Label)

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Donato 60/75



Apresentando DONATO 60/75, seleta de músicas do João Donato acompanhando os caminhos incríveis pelo qual ele seguiu a música: tocando trombone em disco genérico de dança, piano com orquestra latina, órgão com combo latin jazz, triozinho bossa nova, piano elétrico em seus discos mais legais, teclados vanguarda nos discos psicodélicos, vocalzinho com o Sérgio Mendes - e distribuindo canção a todo mundo. A coleta traz só composições do Donato e com participação dele entre 1960 e 1975, quase ano a ano, uma faixa de cada de discos seus e de Mongo Santamaria, Cal Tjader, Tito Puente, Bud Shank, Gal Costa, Nana Caymmi, Sérgio Mendes, só as melhores e só fugindo do óbvio. Em comum a todas, Donato soando sempre Donato, com suas melodias brincando com os instrumentos e canções, tocando só o suficiente e dizendo muito.



01 João Donato e seu Conjunto - Mambinho (1960)
02 Mongo Santamaria - Sabor (1962)
03 Tito Puente & His Orchestra - Sambaroco (1962)
04 Donato e Seu Trio - Jodel (1962)
05 Donato e Seu Trio - Sambongo (1963)
06 João Donato - It didn't end (1965)
07 Bud Shank - Sausalito (1966)
08 Sergio Mendes & Brasil '66 - The Frog (1968)
09 Cal Tjader - Warm song (1968)
10 Cal Tjader - Amazon (1968)
11 João Donato - Cadê Jodel? (1970)
12 João Donato e Eumir Deodato - Batuque (1972)
13 João Donato - Terremoto (1973)
14 Nana Caymmi - Ahiê (1973)
15 Gal Costa - Até quem sabe (1974)
16 João Donato - Deixei recado (1975)

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Novos, Baianos e Hippies

Hoje, na Folha, texto meu sobre o sensacional documentário dos Novos Baianos, que passa logo mais no In-Edit, no MIS.



Os pássaros cantam e o sol nasce em Jacarepaguá em um dia de 1973. Na primeira casa, acordam o casal Paulinho Boca de Cantor e Marilinha e os filhos Maria e Gil. Quase em frente, Moraes Moreira e Marília, com os filhos Ciça e Davi. Lá no fundo, em uma casa Luiz Galvão, na outra Baby do Brasil, então Consuelo. Ainda em outra os percussionistas Bola, Jorginho e Charles e os outros solteiros acampados no primeiro andar. Todos fazem seu café, as crianças tomam banho no quintal, uma massagem aqui, uma panela no fogo ali. Alguns batucam um tamborim, um cavaquinho ou violão. E a qualquer hora, o dia inteiro, futebol. Se não tocavam, jogavam bola.

Era o sítio Cantinho do Vovô, no povoado Boca do Mato, Estrada dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Onde se instalaram os Novos Baianos mais esposas, filhos, amigos e tantos agregados, na época do sucesso do disco Acabou Chorare e enquanto preparavam o disco seguinte, Novos Baianos F.C.

Exatamente neste momento entra em cena, câmeras, sonoplastas e equipe a postos, Solano Ribeiro, produzindo e dirigindo documentários para a televisão alemã. Alguns anos antes, Solano havia sido o homem por trás dos famosos Festivais de Música Brasileira, agora produzia como freelance projetos como esse. Dez dias acompanhando a vida dos Novos Baianos em sua comunidade hippie e o resultado é o revelador e quase inédito documentário Novos Baianos F.C., em exibição única hoje, dentro do festival In-Edit, no MIS, às 18h, com participação do diretor.

"Quando fiz a primeira proposta de produção eu achei que não ia ter filme", conta Solano, lembrando. "Os Novos Baianos eram inadministráveis. Mas eu falei pra eles, 'Vamos fazer uma coisa? Vocês fiquem aqui e eu venho todo dia com a equipe alemã, a gente se instala e vamos documentando a vida de vocês.' Foi a única maneira que encontrei de conseguir fazer o filme: registrar tudo naturalmente."



Inédito no Brasil há mais de 30 anos, mas cult na internet (somando mais de 500 mil views no YouTube), o documentário traz caprichada filmagem, captada em película e montada e finalizada na Alemanha, intercalando imagens plácidas e naturalistas dos novos e baianos jogando, brincando, vivendo e tocando, joviais e geniais, com locução de Solano sobre textos dele e de Galvão. "Novos Baianos é um cara que tá sempre legal, que tá nascendo a cada minuto", define a certa altura o letrista, entre cenas de convivência coletiva e transes musicais.

Tudo muito neo-socialista e libertário, mas também muito limpo, organizado, respeitoso e com alguns dos nossos músicos mais incríveis em ponto de ebulição. "Fico muito feliz de ver que é um registro do melhor momento da música dos Novos Baianos", nota o diretor. "Eu sabia que naquele momento era o que estava acontecendo de mais interessante pra mostrar pra fora do brasil. Não só pelo estilo de vida deles, mas pela música muito rica que faziam. Tinham uma ligação forte com a música brasileira antiga, mas tudo apresentado de uma maneira e com uma instrumentação nova."

Mistura que vinha da forte influência do tropicalismo de Caetano, Gil e Tom Zé, somados ao aprendizado de longos encontros que tinham com João Gilberto por aquela época. "O João Gilberto exerceu uma influência extraordinária, não só na música mas inclusive no comportamento pessoal deles", lembra Solano. "Eles passavam noites juntos e o João Gilberto dizia que eles tinham que ter cuidado com a alimentação, com a higiene, cuidar deles mesmos. Antes eles viviam na semi-marginalidade, iam pra rua parar os carros e pedir dinheiro. Mas quando fui filmar era realmente impressionante como eles eram cuidadosos com a limpeza, com as crianças."

Sem falar no campo; eles se achavam melhores jogadores de futebol do que músicos. As imagens de jogos mostram a seriedade do negócio. E a única condição imposta pela banda, também: que a filmagem acabasse antes do jogo do Vasco. "Eles me disseram, 'Bicho, se você não terminar aqui nós vamos largar você com as câmeras ligadas e vamos pro jogo'", ri Solano. "E a gente vê no filme, minutos antes deles saírem, eles tocando "Besta é tu". Número musical que acho dos mais extraordinários, com o Galvão dançando no fundo, que mostra a cabeça e o espírito desses caras."

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Dragão da Preguiça Dominical




Contra ele, Lulina e Bruno Morais se juntam no auditório Ibirapuera pra showzinho especial, encontro dos dois, músicas de cada, versões legais e convidados. Domingão, sete da noite. Let's?

E na seqüência, todo mundo pro Tapas, último show da sensacional temporada do Otis Trio, Olé.

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Still Bill



Tem gente que faz música boa. Tem gente que faz música bonita. Tem gente que faz música sexy, triste, com aquele groove. E tem o Bill Withers. Se existe no planeta gente mais legal que ele, por favor me apresente. A boa surpresa, em ocasião única: o documentário Still Bill passa no festival In-Edit. Amanhã, sexta, três da tarde no Belas Artes. Se chegar antes, já reserva o ingresso.

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Olé, Tapas Club, Otis Trio



Festa pra levantar o espírito, esquentar os ouvidos, expandir a mente, balançar o corpo. Improvisos nos sons ao vivo do Otis Trio e nos vinis afrolatinsoulsamba-jazz na agulha. Hoje no Tapas, 19h. $5.

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Otis Trio, Tapas Club, Olé

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Eu menti pra você



Já tá na rua o primeiro Disco do Ano de 2010 - aliás, já segunda prensagem.

Dia 27, lançamento na choperia do Pompéia, let's?

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Chicano Espinoza



O groove do El Chicano já é tradicional nas quartas-feiras de VENENO, mas hoje vem com gosto especial, em homenagem ao grande organista Bobby Espinoza, RIP. No play, versão do El Chicano de Señor Blues, do Horace Silver, do sensacional disco Celebration, de 72.

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Miles na Columbia



E esse box monstro do Miles Davis com os 52 álbuns que ele gravou na Columbia entre 1955 e 1985, mais o show completo da Ilha de Wight em 1970 (tudo em em 70 CDs), mais DVD com show na Europa em 1967, mais um livro preza de 250 páginas? Uou. Saiu no final do ano passado, à venda só na Amazon.

Pra ser realmente feliz, você ainda vai precisar do Complete Prestige Recordings, mas esse box novo, além de ter servido ao bem maior de masterizar digitalmente toda a obra do Miles na Columbia, é um artefato físico pulo-do-gato em termos mercadológicos. Ao LA Times, o Steve Berkowitz, da Legacy/Columbia, comentou: "It's very difficult for us to get a $30-to-$40 Miles Davis box set in any particular retail outlet. Yet there seems to be a tremendous amount of interest, domestically and globally, for something that's really big."

Ou seja: é mais fácil vender por 300 dólares de maneira centralizada um objeto fetiche completo do que quaisquer boxes menores em lojas físicas espalhadas. É o marketing estratégico mundo afora percebendo a segmentação e especialização como fontes de lucro?

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talvez quem sabe o inesperado faça uma surpresa



Morreu ontem Johnny Alf, o mais low profile dos compositores e cantores brasileiros. Não foi uma surpresa, exceto para quem não o conhecia. Há alguns anos enfraquecido por um câncer na próstata - boa parte deles passados em longas internações -, vinha fazendo shows esporádicos e sempre tratados como Grande Volta, no fundo algo morbidamente subentendidos como Pode Ser o Último, até que foi.

O que você vai cansar de ler é que Johnny Alf era precursor da bossa nova, assim, nestas mesmas palavras. Mas isso é diminuí-lo, como entendê-lo como menor que a bossa nova, um passo antes. Johnny era maior que sua época e maior que movimentos musicais oportunos. Cantor da noite, pianista elegante de linguagem própria, compositor com estilo plenamente pessoal, usava a voz como ninguém no Brasil. Moderno nas letras, nas inflexões da voz, nas melodias, nas ousadias de composição, no piano tão pouco gravado. Mais que moderno, o som de Johnny sempre foi perene.

Sobre Johnny, certa vez João Donato me disse: "o que aprendi de bom, aprendi com ele". E não falava só de música: "Johnny me ensinava não como uma teoria, mas um estado de espírito". Sempre tranqüilo, pelos momentos bons ou nem tanto, Johnny Alf era a suprema humildade. Já Alfredo José da Silva, sua identidade secreta, era o extremo da timidez. Numa realidade paralela, talvez a nossa, os hits de Johnny dominaram: "Eu e a brisa", "Ilusão à tôa", "O que é amar", "Fim de semana em Eldorado", "Céu e mar", "Seu Chopin, desculpe". Pode ouvir e soar tão atual e pra frente e quase estranho de tão particular quanto na época. Johnny se vai e sua memória continua brilhando especial, para poucos ou muitos.

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Sete provas de que Tulipa Ruiz é a melhor coisa em SP hoje


Cada voz (ao vivo no Grazie a Dio)


Do amor (teaser pro show no Prata da Casa)


Aqui, com Marcelo Jeneci (ao vivo no Grazie a Dio)


Só sei dançar com você (gravação no estúdio da Trama)


As sílabas (ao vivo no Centro Cultural Rio Verde)


Às vezes (ao vivo no Estúdio A da YB)


Dê um rolê (ao vivo na Galeria Olido com a Banda dos Contentes)


Ah, esse disco que vem por aí.

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o xaxado esquentou na gafieira



Jackson do Pandeiro, 30 faixas em mp3 de baixa fidelidade, gravadas originalmente em 78 rotações, entre 1953 e 1962. Baião, forró, rojão, cocos, macumbas, frevos e xotes compilados num mediafire por Ary do Baralho, aqui.


No play, só pra dar o gostinho, "Sebastiana", a original, 1953, gritando á, é, i, ó, u, ipsilone:




(foto daqui.)

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