RONALDOEVANGELISTA


Hoje é um dia especial na sua vida

Ou pelo menos todos deveriam ser.

Se você está precisando de ajuda pra viver momentos bonitos e se divertir até cansar, tá fácil.



Hoje, sete da noite, Galeria Olido, vai rolar a conclusão do projeto Conexões, com todos nós humildemente reapresentando os melhores momentos do mês: Tatá Aeroplano, Karina Buhr, Leo Cavalcanti e Tulipa Ruiz voltam à vitrine da avenida São João para cantar, respectivamente, Roberto&Erasmo, Rita Lee, Gil&Caetano e Gal.

Última chance de ver mágica acontecendo, Tatá se entregando à emoção de cantar Roberto e ainda mostrando relações entre seus sons e o de Erasmo; Tulipa parando o tempo pra arrepiar os ouvintes, cantando Dê um rolê como se não houvesse amanhã; Karina pescando na memória histórias e canções, somando e subvertendo o senso de humor de Rita Lee com seu próprio; Leo cantando Lamento sertanejo com aquele arranjo, naquele lugar, com aquele clima e aquele encontro de pessoas. Não existe época de ouro, a vida é de ouro.

Fazendo tudo acontecer, a Banda dos Contentes, com Mauricio Fleury, Pedro Falcão e Demétrius Carvalho, hoje com Régis Damasceno e Gui Held aparecendo pro goodbye.



Depois, comemorando o fim de mês, os shows, a amizade, a vida, o amor e a falta e vergonha de ser hippie, VENENO especial música brasileira, de graça e gudiváibe, anti-hype e carão-free no Astronete.

Só chegar e ser feliz.

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Querer é poder superstar



Quer ir no esquema? Cola na Dani que ela te libera.

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Muito vivo

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tudo é perigoso, divino, maravilhoso



Naquela época convivia com todo o ambiente tropicalista. Só falávamos dos movimentos novos que surgiam no mundo. Gil ouvia Hendrix o dia inteiro. Janis Joplin não saia da minha cabeça. Aquele som, aquele rasgo de voz foi me tomando de uma forma que criou em mim uma necessidade de fazer alguma coisa diferente do que eu acreditava, de tudo o que já fizera e de como eu entendia a música até então. Eu era muito radical, gostava de pouquíssima coisa. João era meu ídolo e nada, quase nada passava pela minha peneira. Não gostava de iê iê iê, nem da jovem guarda, de nada. Precisava fazer alguma coisa para me expressar, botar pra fora o que eu sentia, com força, atitude, e que, falando francamente, chamasse a atenção sobre mim.

Gil e Caetano, envolveram-se de corpo e alma com essas novas experiências da música popular brasileira. E dentre essas pesquisas me deparei com Divino Maravilhoso, uma canção que mexeu comigo. Caetano convidou-me para cantá-la no Festival da Record e Gil se propôs fazer o arranjo. Ele foi tão perspicaz que me perguntou como é que eu queria cantá-la. Expliquei que queria cantar de uma forma nova, explosiva, de uma outra maneira. Queria mostrar uma outra mulher que há em mim. Uma outra Gal além daquela que cantava quietinha num banquinho a bossa nova. Queria cantar explosivamente. Para fora. Gil fez então o arranjo para o Divino Maravilhoso.

Quando Caetano me viu pisar o palco cheia de penduricalhos e espelhinhos pendurados no meu pescoço, aquela cabeleira afro armada por Dedé, quase morreu de susto. Ele não sabia de nada. Não tinha escutado o arranjo do Gil, nada, nada. Cantei com toda a fúria e força que haviam em mim. Metade da platéia se levantou para vaiar. A outra metade aplaudiu ferozmente. Um homem na minha frente berrava insultos. Foi então que me veio ainda uma força maior que me atirou contra ele. Cantava diretamente para ele: É preciso estar atento e forte, não temos tempo de temer a morte! Cantava com tanta força e tanta violência que o homenzinho foi se aquietando, se encolhendo, e sumiu dentro de si mesmo. Foi a primeira vez que senti o que era dominar uma platéia. E uma platéia enfurecida. Naquele tempo de polarização política, a música era a única forma de expressão. Despertava paixões, verdadeiras guerras. Saí do Divino Maravilhoso fortalecida, crescida. Acho que naquela noite entrei no palco adolescente, menina, e saí mulher. Sofrida, arrebentada, mas vitoriosa.


*

Gal, em 68 no Festival da Record, e aqui.

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Atenção para o refrão!



Em 1970, Gal dubla com chinfra e charme descabelado sem tempo de temer a morte. Hoje à noite, Leo canta com a Banda dos Contentes no penúltimo show do Conexões na Olido. "Divino, Maravilhoso", música de Gil&Caetano.

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alguma canção



Alguém cantando, Caetano e Gal, Leo, Tulipa? // "Alguém Cantando", Caetano e Gal, 1978, no Fantástico.

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Tulipa canta Gal na Olido, 15 de julho de 2009


Sete da noite, a banda se prepara para entrar no palco (bem, "palco")


O poder de Tulipa, Gal e Lulu: Lua de mel, segunda música e todo mundo já canta junto


Festa julina, Festa do interior, só alegria, ninguém matava, ninguém morria



De chorar de tão bonito, Tulipa contando e cantando Mãe, guitarras, salas, vento, chão


Show de luzes, pique e interpretação de um pequeno momento puro de amor Da maior importância


Os ônibus passam, as pessoas param, a Banda manda clima Stones setenta, Tulipa faz a sensacional Vaca Profana, mágica acontece


Quase oito no centro, quase última música, José Roberto levanta. Fala, mas o som ainda soa tão grande que mal se entende. Ou...? O amor é tão da cabeça aos pés que todos entendem a emoção e tamojunto. Um axé pra todos na banda, Go Lanny e a guitarra entra perfeita, a banda entra perfeita e Tulipa entra absolutamente perfeita, os arrepios coletivos aumentando a cada compasso de Dê um rolê. A última música é pra você. Eu sou. Eu sou. Eu sou. // Aplausos que não acabam mais, José Roberto não admite o anticlímax: convoca cada um da banda e lidera o valeu coletivo. Mais uma?


José Roberto não se agüenta: retoma seu discurso de amor, direto no microfone. A banda mais legal de São Paulo entra com a presença de espírito e faz a trilha acompanhante. O mudo canta e a noite fica um pouco mais especial.


Ame, tente, morra: baixam Lanny&Gal'70 em Gui e Tulipa e Love, Try and Die no bis


Segundo bis, explodia tanto amor nas trincheiras da alegria que José Roberto puxou até o trenzinho pra Festa do interior


Com broche novo no peito, José Roberto junta a galere pra sair bem na foto no tchau

*

Todos os vídeos por Paulinho Favero. Projeções de Ciça Lucchesi e Fred Siewerdt, objetos de cena de Duane, som do Vitor Paranhos. Estrelando Tulipa Ruiz, Guilherme Held, Mauricio Fleury, Pedro Falcão, Demétrius Carvalho e grande elendo, com a participação especial de José Roberto.

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que canta como que pra ninguém

tão difícil, tão simples




Gal canta um escândalo de pernas abertas e violão no colo, sem deixar você desviar o olhar, no Teatro Bandeirantes, 1973. Tulipa canta divina maravilhosa e a Banda segue cheia de pique e Paulinho acompanha filmando as luzes e os sons, na Galeria Olido, 2009. Da Maior Importância, de Caetano, no Qualquer Coisa, no Índia, no show da Tulipa Gal e de novo no Leo Caetano, assim como existe disco voador e não sou eu quem vai.

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da cabeça aos pés



Algo de mágico aconteceu ontem na Galeria Olido. Tulipa pisou no círculo de luz puro amor da cabeça aos pés e mais que cantou, transportou todo mundo presente para um universo paralelo de coisas lindas, interpretando Gal com Gui Held arrasando na guitarra Lanny. Quando esse exato momento "Dê um rolê" aconteceu, por exemplo, todos os pêlos arrepiaram, o joelho tremeu e o coração parou por um segundo, antes de voltar a bater mais rápido. // Obrigado, Tulipa.

(E obrigado Paulo pela filmagem.)

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louca total e completamente

tudo isso é muito

Falando em Rita e Gal, e "Me Recuso"? Sensacional composição da Rita com Luiz Carlini e Lee Marcucci (do Tutti-Frutti), que a Gal gravou maravilhosamente mellow groove em 1977, no Caras e Bocas. Dez anos depois, no auge da popice, a própria Rita gravou, em versão extra-80s.









*


me recuso a ficar só
antes mal acompanhada
pelo menos eu tenho com quem brigar
ou talvez alguém pra amar

afinal
tudo é relativo aos bons costumes do lugar
tudo é relativo aos bons costumes do lugar

só, só, só, só
me recuso a ficar

eu só sei que a gente nunca
a gente nunca deve dizer nunca
já pensou como seria chato
já pensou como seria chato

cha cha cha chato
tudo isso é muito

morar sozinha num palácio
eu prefiro uma casa de sapé
um homem, uma mulher
se bem que a grana ainda ajuda
mas um dia a sorte muda

afinal
a inocência não dura a vida inteira
brinque de ser sério e leve a sério a brincadeira

só, só, só, só
me recuso a ficar

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escutando o som, conquistando o céu, desprezando o chão



Karina, na vitrine da Olido e da janela do sétimo andar, cantando aquela Rita.

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dá licença que eu vou sair do sério



Quando eu era criança pequena lá em Salvador, eu tinha uma melhor amiga. Ela só falava cantando. Rita Lee o nome dela. Uma vez ela brigou com o namorado e fez uma música bem bonita. O namorado era "Uauê" (irmão do Cauê e da Zabelê lembra?). Ela fez escândalo e até greve de fome, mas depois pediu desculpas cantando: "desculpe Uauê, eu não queria magoar você". O apelido de Uauê era Rocambole e até hoje eles se beijam e se engolem, fazendo assim.

Rita é a mais paulistas das paulistas, todo mundo fala e deve ser, mas nessa época eu nem sabia que São Paulo existia, assim, do jeito que São Paulo é. Pra mim São Paulo era uma cidade bem longe e nem desconfiava que minha amiga era de lá. É engraçado isso do lugar onde as pessoas nascem. Isso tem toda importância e importância nenhuma.


Karina conta do seu reino Rita Lee, aqui, e a canta, hoje na Olido.

(Vídeo da Nina.)

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Na Cozinha do Tatá

Aproveitando o momentum Tatá por aqui, outra: estréia da nova edição do nosso programa de papo e som, Na Sala do Tatá. Desta vez, subvertendo a expectativa, Na Cozinha. Entre nós, trocando idéia como em qualquer noite por camarins e bares do centro, Jupiter Maçã e Helio Flanders, do Vanguart.



No primeiro bloco, Jupiter Nowhere Man conta de suas andanças recentes, sua existência, sua banda, seu novo disco, da influência de James Douglas Morrison e ainda lembra histórias como a da primeira gravação para o clássico Plastic Soda, às dez da manhã, ele sozinho com um violão de náilon, cantando a música-título e "Talentoso" - que acabou não entrando no disco e só veio ao mundo em disco em 2008, na voz do próprio Tatá, no mais recente do Cérebro Eletrônico, Pareço Moderno. Pra fechar o assunto, Jupiter toca e canta uma novíssima, "Gregorian Fish".



Vamos e voltamos com Helio contando das novas do Vanguart - DVD, shows, canções novas e menos groupies do que pensam por aí. Ainda lembra do primeiro show do Vanguart que ele assistiu e de quando ouviu a frase "Caymmi is dead" na manhã seguinte à primeira vez que a banda tocou "O Mar", do baiano. Daí vem o violão e ele manda uma nova bem linda, "No longer".



Do you have drinks? Tatá abre o terceiro bloco dando uma palha de canção nova sensacional já do próximo do Cérebro. No fôlego, o papo segue com os três contando histórias e trocando experiências sobre viver e criar, cheios de perguntas de admiradores e observações do ponto de vista existencial. Eu fico só curtindo discreto o momento e colaborando aqui e ali com o papo, deixando a carga day by day ser rompida com o estouro das experiências. Pro gran finale, versão incrível de "Talentoso" a três vozes.

*

E se você tá curtindo, fica de alerta que já temos outro programa na lata, especial feminino, com Andreia Dias, Nina Becker, Juliana R e Sabine, do Jennifer Lo-fi.

Os outros Na Sala? Segue por aqui.

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sou forte mas não chego aos seus pés




Centro dois, Paulista zero: saca a galera trincando no Tatá cantando Erasmo e Roberto na Olido. "E viva nós", ri a senhora oriental de batom vermelho, depois de "Mulher". E do começo ao fim de "Amada Amante" dança o senhor de boné vermelho e pulôver sobre os ombros. // Ambos vídeos por Paulo Fluxus.

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bom mesmo é ser feliz e mais nada



Tatá Aeroplano canta "Se Você Pensa", Roberto & Gal, em sensacional arranjo cheio de groove de Mauricio Fleury e A Banda dos Contentes, com Demétrius Carvalho e Pedro Falcão. // Filmado pela Nina Cavalcanti, na vitrine da Galeria Olido, primeiro de julho de dois mil e nove.

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meu bem, meu bem


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