RONALDOEVANGELISTA


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Karina Buhr estreou e depois fez também seu segundo show solo lá no Cedo e Sentado, a meu convite. O primeiro foi demais, mas o segundo foi inacreditável: das melhores coisas que vi esse ano. Ela faz músicas lindas com clima de sonho e um groove particular, ela fala de coisas lúdicas e canta como quem é livre. Ela já lançou dois discos com a Comadre Fulozinha e agora está gravando seu primeiro solo. Nesse vídeo, do programa da Trama na Cultura, ela canta acompanhada de Fender Rhodes, baixo, bateria e participação do Gui Zado no trompete e pedais.

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1972: A mixtape

01) Leno e Lilian * O que fazer em São Paulo na primavera
02) Marcos Valle * Deixa o mundo e o Sol entrar
03) Elis Regina * Nada será como antes
04) Caetano Veloso * Nine out of ten
05) Maria Bethânia * Trampolim
06) Gilberto Gil * Sai do sereno
07) Jards Macalé * Mal secreto
08) Tim Maia * Lamento
09) Erasmo Carlos * Sábado morto
10) Roberto Carlos * Negra
11) Wanderlea * Vida maneira
12) Chico Buarque * Mambembe
13) Novos Baianos * O mistério do planeta
14) Tom Zé * Happy end

*

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Here comes the sun



de repente vejo bem
eu sou alguém com medo de viver
sou um prisioneiro das coisas que eu amei
mas não tem sentido estar na vida
preso a quem não quero mais

de outro lado está você
nessas promessas vou quase sem ver
que esse amor aflito, guardado só pra nós
de tão grande já não dá no quarto
pede o mundo e a luz do sol

meu passado já morreu
quem veio dele, sei, vai me entender
que o amor existe enquanto há paixão
siga, minha amiga, pela vida
e que eu viva um novo amor

do outro lado estamos nós
sem compromisso vim, sem lar, sem lei
siga, minha amante, enquanto houver o amor
abra as portas todas deste quarto
deixa o mundo e o sol entrar

*

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1972 na música brasileira


Chico Buarque * Quando o carnaval chegar [dl aqui]
Ironias com o rock, arranjos de coreto, clima de carnaval de filme do Nelson Pereira dos Santos, canções rebuscadas e aquela delicadeza e melancolia que ganham a ala feminina: é o disco que inventa não só Marcelo Camelo, mas também toda a cena de samba universitário da Vila Madalena em São Paulo.


Caetano Veloso * Transa [dl aqui]
O disco favorito de todo fã do Caetano, o disco "mas esse é bom" de todo detrator do Caetano, o disco favorito do próprio Caetano e boa dose de inspiração pra atual "fase roqueira" dele. Gravado em Londres, com Caetano deprimido e inspirado e com a banda liderada por Jards Macalé tocando ao vivo no estúdio, criando camadas de sons, canções, emoções.


Elis Regina * Elis [dl aqui]
Elis Regina não era cantora de bossa nova nem de jazz, não era hippie nem tropicalista. Era tão idiossincraticamente pessoal que tiveram que inventar um rótulo o mais genérico possível - simplesmente "música popular brasileira" - pra dar conta de generalizar discos como esse. Muito por culpa de Cesar Camargo Mariano, recém-vindo da banda de Wilson Simonal.


Tom Zé * Tom Zé [dl aqui]
Foi ali, por volta de 1972, que Tom Zé teve que encarar de vez a dura realidade: ele não fazia parte da elite da música brasileira. Provavelmente não era nem tropicalista. Livre da responsabilidade e encarando sua própria genialidade, criou seu primeiro grande clássico - de uma série que ao mesmo tempo o jogou no esquecimento e o tirou de lá 20 anos depois.


Tim Maia * Tim Maia [dl aqui]
Tim Maia era movido a emoções fortes. E deve ter tido poucas mais fortes que a fossa e dor de corno que sentia quanto compôs e gravou esse disco, esbanjando conhecimento de causa em funksoul e transbordando despeito e desamor. Pelo menos em termos de à-flor-da-pele, o grande disco do recente biografado pela assinatura Nelson Motta.


Erasmo Carlos * Sonhos e Memórias [dl aqui]
Depois de ir gradativamente ampliando seus horizontes a cada disco desde fins dos anos 60, foi em 1972 que Erasmo assumiu que queria mesmo era ser hippie. Esqueceu aquele papo de jovem guarda, trocou de gravadora, casou e foi pro mato. Nessas, renasceu um grande compositor: agora a inspiração vinha em sambinhas, baladas folk, soul, desabafos e declarações.


Jards Macalé * Jards Macalé [dl aqui]
Animado como compositor pelo Vapor Barato da Gal e como bandleader pelo Transa do Caetano, em 1972 Jards respirou fundo e colocou tudo no seu primeiro disco: sua voz, seu violão, sua excentricidade, sua sensibilidade, a poesia de Waly Salomão e o som de Lanny Gordin e Tutty Moreno.


Gilberto Gil * Expresso 2222 [dl link]
Gil, eufórico de alegria de estar de volta ao Brasil depois de dois anos no exílio, faz um disco mais brasileiro que nunca - mas, sob a influência do primeiromundismo roqueiro britânico, também mais roqueiro do que nunca, com a pegada de Lanny e Tutty já virando assinatura.


Maria Bethânia * Drama - Anjo Exterminado [dl aqui]
Caminhando a passos largos em direção ao desbunde baiano sem limites da década de 70, mas ainda com a criatividade aguçada, Bethânia estava ligada nas coisas: chamou o irmão recém-chegado de Londres com aquelas idéias novas pra produzir um disco dela. Long story short, Drama está pra Bethânia como Transa pro Caetano.


Roberto Carlos * Roberto Carlos [dl aqui]
Em 1972 Roberto não precisava provar mais nada a ninguém. Já era há tempos o maior popstar do Brasil, já tinha sido justificado pela intelectualidade através do tropicalismo, já tinha superado tudo isso e entrado no olimpo popular com Detalhes. Então, fez a única coisa que lhe restava: inventou todo um estilo musical, hoje conhecido como "brega".


Novos Baianos * Acabou Chorare [dl aqui]
Depois de uma estréia subtropicalista, os Novos Baianos tiveram um intensivão direto na fonte de todas as revoluções: João Gilberto, que apareceu na comunidade hippie deles, dividiu o banza e os ensinou a graça de Assis Valente. Some à epifania cool de Moraes, Baby e Paulinho o virtuosismo empírico dos jovens gênios Pepeu, Dadi e Jorginho e pronto: obra-prima.


Wanderlea * Maravilhosa [dl aqui]
Entediada com a música e com a persona em que a haviam metido nos anos 60 - música e persona que ajudaram a libertar em público o inconsciente de incontáveis adolescentes brasileiras, mas já pareciam a essa altura coisa da década passada -, em 1972 Wanderlea desbundou maravilhosa: de black power loiro na capa, cantava o feminismo, Hyldon, Gil e Jorge Mautner (com direito a trejeitos bicha e tudo).


Leno e Lilian * Leno e Lilian [dl aqui]
Dois discos, sucesso, Devolva-me & Pobre Menina e quatro anos de carreiras solo depois, Leno e Lilian reencontraram-se para reinventarem-se de jovemguardistas naif a roqueiros-folkeiros setentistas melancólicos e semibregas, sob a batuta do então produtor Raul Seixas. E não é que as vozes sacarinas em uníssono funcionam na nova roupagem e o disco se torna um clássico esquecido do folk-pop brasileiro?


Arthur Verocai * Arthur Verocai [dl aqui]
Garoto prodígio da turma dos festivais que vinha se transformando em um dos arranjadores de ouro de sua geração, em 1972 Verocai ganhou passe livre da gravadora Continental para fazer um disco todo só seu, do jeito que quisesse. Com a experiência de diretor musical de um Ivan Lins imitando Tim Maia em começo de carreira e sob a influência de suas amizades mineiras, pirou total: solos jazzísticos, pegada funk, letras hippie de tom contemplativo e o primeiro sintetizador usado em um disco brasileiro. Demorou só 30 anos para as pessoas entenderem.

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À procura da paz perfeita



After writing the melody of Search for Peace, I chose this title because the song has a tranquil feeling. Tranquil and personal. It's very difficult to verbalize about music; the important thing is what the listener himself gets from the act of listening. But insofar as I can verbalize about this piece, it has to do with a man's submission to God, with the giving over of the self to the universe.


McCoy Tyner, 1967, na contracapa do disco aí em cima.

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Words can never make up for what you do



having troubles telling how I feel
but I can dance, dance and dance
couldn't possibly tell you how I mean
but I can dance, dance, dance

so when I trip on my feet, look at the beat
the words are written in the sand
when I'm shaking my hips, look for the swing
the words are written in the air

oh, dance
I was a dancer all along
dance, dance, dance
words can never make up for what you do

easy conversations, no such thing
no I'm shy, shy, shy
my hips they lie 'cause in reality
I'm shy, shy, shy

but when I trip on my feet, look at the ground
the words are written in the dust
when I'm shaking my hips, look for the swing
the words are written in the air

oh, dance
I was a dancer all along
dance, dance, dance
words can never make up for what you do

*

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