Transamba
3 Comments Published by Ronaldo Evangelista on quarta-feira, 23 de julho de 2008 at 3:03 PM.Já ouviu direito as novas do Caetano? Pode baixar todas aqui, com áudio bem decente, tirado dos shows Obra em Progresso. De nada.
Antes que você pergunte, as músicas são ótimas e os arranjos melhores ainda. Que me desculpem os orgulhosos de seu próprio preconceito, mas o Caetano é foda - e a safra anos 00 dele tá bem acima da média de qualquer outro músico pop sexagenário. Caetano nem passava por uma fase especialmente ruim (como passam há tanto tempo tantos de seus contemporâneos), mas o Cê foi realmente uma pedra-de-toque não só na sua carreira mas na música brasileira feita por jovens e nem tão jovens.
A julgar pelos primeiros esboços que surgem para o próximo álbum, as composições continuam seguindo o mesmo espírito de rejuvenescimento de idéias e temas e abordagens e a sonoridade da recém-batizada Banda Cê continua transbordando de idéias que deixam cada música melhor. Vale lembrar: Banda Cê é formada por Pedro Sá mais Marcelo Callado e Ricardo Dias Gomes - todos inseridos no melhor do melhor da cena Pop Rio: o primeiro até outro dia membro efetivado do +2 e os dois últimos metade do Do Amor.
As músicas:
01 Sem cais
02 Por quem?
03 Falso Leblon
04 Perdeu
05 Tarado ni você
06 A cor amarela (com Davi Moraes)
07 Base de Guantánamo
08 Amor mais que discreto
09 Incompatibilidade de gênios
10 You don't know me (com Karina Zeviani)
Aqui.
São sete inéditas, mais "Amor mais que discreto" (lançada no Cê ao vivo), uma versão de João Bosco e "You don't know me", do Transa. Tudo tirado daqui e daqui.
"Sem cais" é parceria com Pedro Sá, levada por uma guitarra sensa. "Por quem?" é bonita e em falsete, a "Não me arrependo" 2.0. "Falso Leblon" tem toda a sonoridade da Banda Cê, mas já cai um pouquinho mais pro samba. A letra é meio tiozão Sukita - mas divertida também por isso. "Perdeu" tem ritmo quebrado, Rhodes e paradinha, das melhores. "Tarado ni você", título nonsense e tudo, é ótima e tem Pedro Sá pagando de guitar hero em solo distorcido. "A cor amarela" é Caetano brincando com o axé como se fosse membro do Do Amor. "Base de Guantánamo" é "Fora da Ordem" 2.0 com backing vocais meio Ween. "Amor mais que discreto" passa longe da beleza da sua inspiração, "Ilusão à tôa", mas cria curiosa conexão entre a homossexualidade quase-nunca-comentada de Johnny Alf e a tão falada suposta bissexualidade de Caetano. "Incompatibilidade de gênios" é o Caetano buscando idéias no João Bosco (& Aldir Blanc) dos anos 70, colocando-as na roda e observando as faíscas que surgem. A banda segue em arranjo tenso, pouco melódico, mas interessante. E "You don't know me" é das obras-primas de Caetano, recuperado do Transa e com o trio que hoje acompanha Caetano provando que são as pessoas certas no lugar certo na hora certa.
(...) provando que são as pessoas certas no lugar certo na hora certa.
Falou tudo!
Excelente post! Escrito por quem gosta e entende de CV.
Valeus!
E o Caetano está escrevendo no blog dele como se não houvesse amanhã:
http://www.obraemprogresso.com.br/