Think Tank
9 Comments Published by Ronaldo Evangelista on segunda-feira, 8 de dezembro de 2008 at 10:07 AM.Depois de tantas conversas aqui e ali com gente bem informada e opinada sobre os caminhos da música, resolvemos oficializar os tanques de pensamento: Mauricio Tagliari, André Bourgeois, Pena Schmidt, Juliano Polimeno e eu nos encontramos no Estúdio A da YB para conversar sobre discos, internet, gravadoras, distribuidoras, criatividade e os caminhos que a música faz do quarto do artista ao fone de ouvido de quem ouve.
Nosso primeiro encontro rendeu muitas boas idéias, algumas delas divididas nos três vídeos acima. Pode continuar desenvolvendo o raciocínio por aqui. Quem quiser participar assistindo ou comentando, pode escrever para o email ali em cima opinando à vontade. Não é todo dia e não cabe muita gente, mas todas as idéias legais entram na pauta.
Nossos heróis:
André Bourgeois tem grandes idéias e cuida de gente como Céu e Curumin nos States.
Juliano Polimeno está de olho em tudo e espalha com com naturalidade o som do Cérebro Eletrônico.
Mauricio Tagliari já foi artista e funcionário de majors e hoje toca a YB de forma artesanal.
Pena Schmidt já fez tudo e hoje vê e apoia gente de todos os tamanhos no Auditório Ibirapuera.
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Se você está acompanhando o urgente desmoronar e reconstruir de todas as maneiras de fazer, gravar, distribuir e ouvir música, vai curtir ler alguns textos recentes comentando a situação:
Na Wired, David Byrne faz as contas e detalha as possibilidades:
What is called the music business today, however, is not the business of producing music. At some point it became the business of selling CDs in plastic cases, and that business will soon be over. But that's not bad news for music, and it's certainly not bad news for musicians. Indeed, with all the ways to reach an audience, there have never been more opportunities for artists.
There is no one single way of doing business these days. There are, in fact, six viable models by my count. That variety is good for artists; it gives them more ways to get paid and make a living. And it's good for audiences, too, who will have more — and more interesting — music to listen to.
Em seu blog, Chris Anderson vai adiantando as idéias do Grátis e manda dar a música pra vender o show:
Music as a digital product enjoys near-zero costs of production and distribution--classic abundance economics. When costs are near zero, you might as well make the price zero, too, something thousands of bands have figured out.
Meanwhile, the one thing that you can't digitize and distribute with full fidelity is a live show.
No New York Times, Jon Pareles nota que o hype de blog anda cheio de prestígio, mas sem dinheiro no bolso:
It's a great moment for musicians who want to be heard and a difficult one for musicians who need to be paid.
In the 21st century it’s more important to draw listeners to a Myspace or iTunes or Emusic page than to find a limited-edition vinyl manufacturer, as in the ’80s. But one thing hasn’t changed: the overwhelming majority of musicians are going to survive by performing.
The bands lugging their amplifiers around the Lower East Side and Williamsburg were envisioning not arena audiences and big royalty checks but the congratulations of a new fan ortwo and the chance to be mentioned on a music blog. Their music can now spread worldwide instantaneously, but in the meantime, they have to make it to the next club gig.
No seu blog, Pena Schimdt fala a real das pequenas e grandes gravadoras:
Reembaralhando, ficamos assim. Um agente, que cuida da agenda e dos negócios do artista. Uma gravadora, que cada vez mais se parece com um parceiro na elaboração do produto disco, seu portfolio tambem para gerar outras receitas. Um artista balançando entre quem trará dindim ou prestigio. A internet como novo campo onde se desenrola o jogo. O dinheiro onde sempre esteve, no bolso do público.
Via Guardian, o homem de finanças Guy Hands preside a EMI com umas idéias ousadas:
Speaking after a meeting with staff to announce his intention to slash a third of the workforce, he also signalled an end to huge artist advances, suggesting that some acts should instead be paid salaries or a day rate while they work on their material.
He also proposed confining some bands to single track downloads over the internet rather than trying to force whole albums out of one or two hit wonders.
"We have got 14,000 artists and we cannot possibly provide a service to that number of artists, we need to be selective about who we provide that service to," he said. "It goes back to the old housewives' adage 'if a job's worth doing it's worth doing well'. We cannot be all things to all people."
Na Carta Capital, Pedro Alexandre Sanches vê o Chico Buarque numa "indie" e fala com os donos da Biscoito Fino e da DeckDisc:
"A crise do mercado musical, para nós, foi uma oportunidade. Sempre, em todas as crises, em qualquer área, as empresas estabelecidas tendem a sofrer mais, porque têm um custo alto para se reestruturar. Há uma perplexidade, que é o bom momento de outros entrarem leves, pensando em como se estabelecer num cenário de mudança", afirma [Kati Almeida Braga].
Volta João Augusto, da Deckdisc: "Totalmente bancadas por grupos financeiros, gravadoras como a Biscoito Fino, Trama e Indie não podem ser chamadas de independentes. Esse tema é sempre uma boa pauta para a imprensa, mas deveria ser aprofundado. Só assim uma contratação como a de Chico deixaria de ser apontada como uma pancada das 'indies' nas 'múltis' (se eu dirigisse uma multinacional, iria rir muito disso), para ser aceita como mais uma simples vitória do poder econômico".
Paul McCartney comenta sua saída da EMI:
"I think the majors at the moment, I'm not dissing them, but I don't think they really know what's going on," he said. "With the download culture, they are floundering a little bit."
He added: "I think I was right at that time because right after that EMI got sold, so I would have been in the middle of a sale situation.
"The other thing is, they've got so many people on their books -- like it or not, you're just one of them. It's not a great situation; you like to feel like you're among friends, so that was why I ended up going independent. And this time it's kind of even more indie."
Chris Martin não saiu, mas também opina:
"Being on a major label at the moment is like living in your grandparents' house. Everyone knows they need to move out, and they will eventually, but we kind of like our grandmother."
O Pareles calcula os lucros do álbum Ghosts I-IV, do NIN:
He released the album in March, making it available in multiple formats, from a bargain downloadable version for $5 to standard CDs and LPs to a luxury $300 limited-edition boxed set of CDs, vinyl, DVDs and artwork. (The 2,500 copies of that set sold out immediately, for a quick gross of $750,000, and now fetch $500 on eBay.)
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Este comentário foi removido pelo autor.
Já sou do tempo pós-gravadoras desde que comecei a trabalhar com música, porque a vila 6 faz 10 anos e nesses 10 anos fui me adaptando a toda mudança do mercado e tentando entender como trabalhar(ainda tô tentando....rs...). O que diferencia é que nesse momento em que o artista vira um pouco produtor, um pouco agente, e, aprende a fazer musica conforme a velocidade do mercado, é que o trabalho com quem corre atrás de onde executar e onde colocar o artista( o meu caso) vira uma parceria total, porque os 2 pensam juntos e trabalham juntos, sem que um espere o outro. Acho que a forma muda muito por causa da velocidade, mas o trabalho é o mesmo: chegar e conquistar o público!
tem a quarta parte?
Curti. Publica o resto aê.
www.musicaemercado.blogspot.com
Todos os vídeos estão fora do ar :(
Aqui estão rolando normal!
Valeus muito e aguardem o próximo, foi massa demais.
Vários impasses.....
Fiz uma reflexão a respeito dessa "nova" conjuntura da produção/distribuição musical no blog que escrevo.
Talvez soe muito utópica, um total devaneio, mas é uma impressão minha.
http://notaseruidos.blogspot.com/2007/05/novos-tempos.html
Abraços.
Discussão das boas! Tô acompanhando e linkando!
Abraço
Mac
Muito bacana, creio que munta banda independente devia assistir essas discussões. Bem que vocês podiam publicar em alta e numa edição só, esquemão DivX pro pessoal baixar e assistir sentadão na frente da TV.