fetichismo
0 Comments Published by Ronaldo Evangelista on quarta-feira, 8 de dezembro de 2010 at 1:47 PM.
No mesmo embalo do artigo sobre Tim, logo abaixo comentário meu publicado na Ilustrada de hoje, sobre o momento em que as grandes gravadoras parecem virar agências de fonogramas, como as editoras são procuradoras das composições. Os próprios produtos físicos já são comumente terceirizados, vide a série Clássicos em Vinil da Polysom, os CDs da Coleção Cultura ou as edições da Dubas. // Relançamentos de música brasileira por aqui são poucos, em vinil conta-se nos dedos das mãos. Mas estão cuidando disso (das maneiras mais oficiosas às mais caras-de-pau) estrangeiros como 4 Men With Beards, Dusty Groove, Soul Jazz, Ubiquity, Luaka Bop, Él, Kindred Spirits, pra não citar os inúmeros selos europeus anônimos. Se no Brasil o fetiche ainda é meio molambo, mundialmente o enorme potencial de mercado já anda sendo bem explorado, especialmente pelos pequenos selos - notoriamente mais ágeis em produzir, se adaptar e achar o alvo. Se você não é o maior, já está trabalhando com segmentação: o golpe de mestre é saber o quê pra quem e realizar todo o potencial disso. Tudo que não é luxo é mato.
Até outro dia, o papel de uma gravadora era perfeitamente claro: descobria artistas com potencial pop, ajudava a estruturar carreiras, custeava, comercializava e distribuía gravações, auxiliando em divulgação e marketing.
Com a tão falada democratização dos processos de gravação e a facilidade irrestrita de distribuição virtual, os papéis mais essenciais das companhias fonográficas foram colocados em xeque. Se antes as maiores mutinacionais de disco do mundo eram chamadas de Cinco Irmãs e controlavam praticamente toda a indústria que girava em torno da música gravada, atualmente são três ou quatro, que perdem dinheiro ano a ano.
Contra os custos de gravação, produção, arte, sem os investimentos pressupostos no lançamento de novos artistas, existem os catálogos, coringas certos nas listas de lançamentos. O lado bom de ser uma major e uma das tarefas mais importantes da música como comunicação, cultura, história: cuidar do acervo e manter vivas as glórias passadas.
Jorge Lopes, da EMI, comentou em reportagem na Ilustrada (em 7/7/10) que o catálogo gerava 60% da receita da gravadora, versus 40% de investimento. Público formado, sem custos ou investimentos, discos clássicos: lucro certo.
Ao mesmo tempo, no mínimo centenas de gravadoras pelo globo já entenderam esse jogo e cuidam de relançamentos em diversos níveis de legalidade, mas com alto padrão de capas, encartes, áudios, extras.
Relançar é contextualizar, não apenas não colocar no mercado. Se os fãs antigos já possuem os discos em todos os formatos que não são inéditos e os fãs novos e casuais estão mais próximos da internet que das lojas, a solução parece ser o fetichismo de um trabalho de enriquecimento de áudio e pesquisa de extras e informações para o colecionador ou a atração de um belo pacote de apresentação ao novo consumidor em potencial.
Até outro dia, o papel de uma gravadora era perfeitamente claro: descobria artistas com potencial pop, ajudava a estruturar carreiras, custeava, comercializava e distribuía gravações, auxiliando em divulgação e marketing.
Com a tão falada democratização dos processos de gravação e a facilidade irrestrita de distribuição virtual, os papéis mais essenciais das companhias fonográficas foram colocados em xeque. Se antes as maiores mutinacionais de disco do mundo eram chamadas de Cinco Irmãs e controlavam praticamente toda a indústria que girava em torno da música gravada, atualmente são três ou quatro, que perdem dinheiro ano a ano.
Contra os custos de gravação, produção, arte, sem os investimentos pressupostos no lançamento de novos artistas, existem os catálogos, coringas certos nas listas de lançamentos. O lado bom de ser uma major e uma das tarefas mais importantes da música como comunicação, cultura, história: cuidar do acervo e manter vivas as glórias passadas.
Jorge Lopes, da EMI, comentou em reportagem na Ilustrada (em 7/7/10) que o catálogo gerava 60% da receita da gravadora, versus 40% de investimento. Público formado, sem custos ou investimentos, discos clássicos: lucro certo.
Ao mesmo tempo, no mínimo centenas de gravadoras pelo globo já entenderam esse jogo e cuidam de relançamentos em diversos níveis de legalidade, mas com alto padrão de capas, encartes, áudios, extras.
Relançar é contextualizar, não apenas não colocar no mercado. Se os fãs antigos já possuem os discos em todos os formatos que não são inéditos e os fãs novos e casuais estão mais próximos da internet que das lojas, a solução parece ser o fetichismo de um trabalho de enriquecimento de áudio e pesquisa de extras e informações para o colecionador ou a atração de um belo pacote de apresentação ao novo consumidor em potencial.
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